sexta-feira, julho 12, 2013

Precipício



Perdi-me em teu sorriso e só
Não há palavra, dever ou imbróglio que encontre espaço em mim


Sou inteiro e nada
Entregue e louco

                                                                                                                                        Inocente e bobo


Um  amontoado de clichês 
Caótico 


Quem outrora rememorou a meninice em versos
Faz-se menino, dessa vez, de fato
Refém platônico

De um sorriso terno

De uma delicadeza forte

De um olhar mistério







Sim. Me entreguei ao teu encanto
Mesmo sem saber tua vontade
Ou se de ti,  terei saudade
Mesmo que eu cause espanto

Quero o caminho mais bonito



sexta-feira, maio 03, 2013

Capitu




Quem é ela?

Via o seu sorriso sem saber
Se era meu. Se existia
Seria a mim que ele queria?

Quem é ela?

Quando a noite chega seus medos somem
Já era mais mulher do que eu homem
Tão segura. Tão distante.

Quem é ela?

Sempre tão certa do que fazer
Como copiar seu ar blasé
Se aos quinze anos, tudo é infinito?

Quem é ela?

Na inocência de menino
Reconheci sem perceber
Seu Dom de receber
Em suas mãos o meu destino

Quem é ela?

Espiei pela janela
Vi o que a faz amada:
Uma alma tão humana
Olhos lindos de cigana
Oblíqua e dissimulada.
És tu, Capitu!


sexta-feira, março 08, 2013

Refúgio

Quarto escuro
Porta trancada
Não há lua ou estrela que ofereça consolo
Quem dirá que há amanhã?

Sim. Somos capazes de coisa pior.

Por que a gente é assim?

Fecho os olhos e digo baixinho:
"Eu não sou"