quarta-feira, maio 30, 2012

Arquiteta



Visitei teu jardim, mãinha
Como são faceiras tuas mãos encantadas de simplicidade
Bota cada coisa em seu lugar
Parece tão fácil, tão bobo

Vi um bichinho roubando umas sementes da flor
E no caminho pra casa, por pura distração,
Deixou cair um bocado de vida por tudo que é canto
Foi teu operário

São punhados de poesia
Todos espalhados por aí
Recitando com a verdade de uma criança :

Se achegue 

segunda-feira, maio 14, 2012

Querer-te



É que se eu te tenho ao alcance das vistas
Me fogem a ideia, a memória, a sabedoria
Fico bobo, sem graça, abestalhado

Todas as armas que eu poderia usar
Pra te mostrar que posso ser um homem bom pra você
Se escondem, encolhidinhos num beco qualquer
Ou sob um pé de castanhola, daqueles bem grandes

É teu esse poder todo
E você
Tão segura de si. Tão você
Se distancia, escorrega entre meus dedos
Como um passarinho selvagem que a gente teima em querer segurar

Mas fique em paz
Não bote a cabeça pra endoidar, não
Sou sabedor da impossibilidade que me assombra

Sei que você é meu sonho impossível
A esperança de chegar ao alto da serra
E cravar a bandeira do coração mais que contente

Sei também que perto de você
Vou ser eternamente
Um menino do quinto ano
enfeitiçado pela menina do último
Cercada pelos garanhões
Inalcançável. 

quinta-feira, maio 03, 2012

Tantas Cordas


Saudade da melodia
Da sonoridade vibrando no peito
Andando de mãos dadas com a letra
Palavra
Poesia.
Hoje eu quis cantar tudo o que dizia
Bom dia.
Olá.
Que sono.
Já vou.
Saí no quintal de minha casa e vi um punhado de coisas
Todas pedindo pra virarem música
Cada uma delas,
Música desde o ventre
Apenas esperando ser cantada

Quis ter nascido violão