É que se eu te tenho ao alcance das vistas
Me fogem a ideia, a memória, a sabedoria
Fico bobo, sem graça, abestalhado
Todas as armas que eu poderia usar
Pra te mostrar que posso ser um homem bom pra você
Se escondem, encolhidinhos num beco qualquer
Ou sob um pé de castanhola, daqueles bem grandes
É teu esse poder todo
E você
Tão segura de si. Tão você
Se distancia, escorrega entre meus dedos
Como um passarinho selvagem que a gente teima em querer segurar
Mas fique em paz
Não bote a cabeça pra endoidar, não
Sou sabedor da impossibilidade que me assombra
Sei que você é meu sonho impossível
A esperança de chegar ao alto da serra
E cravar a bandeira do coração mais que contente
Sei também que perto de você
Vou ser eternamente
Um menino do quinto ano
enfeitiçado pela menina do último
Cercada pelos garanhões
Inalcançável.